“Lute como uma garota” nunca fez tanto sentido

Na ultima segunda-feira (01/05), aconteceu o famoso Met Gala, um evento beneficente que acontece anualmente na cidade de Nova York e é um dos mais esperados por fashionistas, celebridades e seus fãs. Com o tema “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty (Uma linha da beleza)”, a edição deste ano, procurou homenagear  o designer de moda alemão, Karl Lagerfeld, que morreu em fevereiro de 2019, aos 85 anos de idade.

Para quem não o conhece, Lagerfeld foi quem esteve à frente da grife francesa Chanel durante 36 anos, como estilista e diretor criativo. Tempo suficiente para se tornar a cara da marca, fazendo com que muitas pessoas até achassem que ele era o próprio dono.

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Profissionalmente falando, Karl foi impecável! Mas, como ser humano, flertou diversas vezes com ideologias preconceituosas e até mesmo nazistas. Um dos amantes da magreza extrema que, por anos, prevaleceu como padrão no mundo da moda, em uma de suas inúmeras falas gordofóbicas, o estilista disse: “Elas são múmias gordas sentadas com seus sacos de batatas fritas em frente à TV, dizendo que modelos magras são feias”.

Bem, os convidados que compareceram ao Met Gala foram muito criticados por manifestantes que são contra o discurso de Karl Lagerfeld. Mas o evento, talvez querendo homenagear apenas o profissional, foi quem errou, já que Lagerfeld carrega consigo todo tipo de desumanidade. Não ir, seria uma atitude bacana, porém, muito cômoda, não acha? Pois outros convidados também poderiam não ir por outros fatores e, a não ida por motivos de repulsa ao tema do evento, não ficaria explícita (ainda mais porque esses famosos não soltam uma notinha nas redes sociais). Você compreende desta forma?

Como forma de manifestar a desavença com o alemão e o desgosto com o tema da festa, várias personalidades influentes, como Viola Davis, resolveram ir com a cor que ele mais detestava. Certa vez, de acordo com Patrick Mauriès, Karl lhe disse: “Pense em rosa, mas não o use”. Assim, ao invés de se isentarem, fizeram um manifesto rosa durante a noite. Está ouvindo o tabu sendo quebrado?!  

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PL das Fake News e a linha tênue entre controle e censura que a fez ser adiada

Se você não sabe do que estou falando, com certeza, fez um celibato da internet nesta semana. Mas, eu te conto!

(Foto: Marconi Moura de Lima Burum)

No dia 02/05, seria votado na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 2630 que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O projeto tem sido popularmente chamado de PL das Fake News, pois o intuito principal é diminuir o fluxo de desinformação nas redes sociais. No entanto, o PL não se trata apenas disso, mas também de outros temas importantes correlacionados à comunicação e ao jornalismo.

No dia da votação, as pessoas despertaram para o tema, o que provocou debates caóticos na internet. Por um lado, pessoas afirmavam que o projeto fará com que nosso acesso às redes seja mais seguro e democrático; inclusive, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) defende o projeto. Enquanto isso, a oposição alega censura e riscos na liberdade de expressão, e conta com o apoio das Big Techs que são empresas enormes e internacionais de tecnologia, como o Google.

Até onde vai a liberdade de se expressar e opinar pessoal ou virtualmente? E, por que a maioria das pessoas contrárias à proposta são, exatamente, pessoas que têm ligação direta com publicações falsas, calúnias e mau uso da Internet?! São questões que você deve fazer sempre que precisar escolher um lado. “Ah! Mas grandes empresas estão contra o projeto?! Sim…” Estão contra, porque elas têm muito a perder com as mídias regulamentadas, já que há um investimento gigante na desinformação e um consumo maior ainda no nosso país.

A votação não aconteceu. Após ver que não teria a força necessária para a votação ser favorável, Orlando da Silva, deputado e relator do PL 2630, anunciou que voltaria atrás naquele momento. “Não tivemos, e eu assumo como minha responsabilidade, tempo útil para examinar todas as sugestões”.

Talvez, revendo cada parágrafo do projeto, ele seja aprovado na Câmara, pois a maiorias dos parlamentares concorda que deve haver uma responsabilização maior das plataformas e que se faz necessária uma regulamentação em certo nível. Mas, o ponto de discordância maior e motivo do baixo apoio ao PL é, com certeza, “quem fiscalizará?” A oposição já declarou que não apoia uma nova entidade para isso e, até o momento, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Ministério Público estão sendo colocados como os possíveis regulamentadores das mídias.

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Bruna Costa – Estudante de Jornalismo e monitora da ANEstácio

SERVIDOS?! 

Uma coluna com notícias quentinhas e relevantes no tom opinativo de Bruna Costa.

Orientação: professora Klycia Fontenele.

Um comentário em “50 tons de manifesto, entenda!

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